"Para o artigo inaugural da seção Veneno de Fábrica, escolhemos um carro que foi unanimidade na categoria. A história da qual vamos falar aqui, infelizmente não é conhecida do grande público de automóveis, mas certamente dentre aqueles que conhecem um pouco mais a fundo o universo dos fabricantes e seus modelos especiais, um veículo em particular provoca no mínimo surpresa, admiração e sobretudo desejo - o Honda Civic Type R.
Conseguir produzir um carro potente e veloz nos dias de hoje é algo razoavelmente fácil para os fabricantes. Quando é este o objetivo de um veículo, normalmente se aplicam receitas bem conhecidas de todos, como grandes motores (em deslocamento) ou sistemas de sobrealimentação (Turbo ou Supercharger) em motores menores. Mas o que dizer de um motor 1.6 original de fábrica sem nenhum recurso de sobrealimentação, gerando 185 cavalos?!?! Não, não estamos enganados, nem tampouco você leu errado. São mesmo 185 cavalos, desenvolvidos por um pequeno 1.6!!!
Apenas para falar um pouco da história deste quase milagre, a Honda vem já há alguns anos produzindo veículos em séries especiais, aos quais costuma aplicar a designação Type R (Racing). Talvez o mais célebre membro desta família, seja o Integra Type R e que abordaremos em breve. A classificação Type R desde então passou a identificar os modelos do fabricante que já vinham com "veneno" de fábrica.
Mas este veneno não veio da forma que estamos acostumados quando falamos em motores preparados, mas através da construção de um bloco excepcional de motor que recebe um comando de válvulas que proporciona um rendimento incrível e que utiliza a tecnologia VTEC, nascida para equipar os motores de Fórmula 1 das McLarens de Ayrton Senna e Berger em 1991 e que teve como primeiro veículo de linha a ser usada, o Honda/Acura NSX e que mais tarde passou a ser empregada em praticamente toda a linha.
Todos os motores da linha Civic utilizam esta tecnologia, entretanto existem basicamente 3 variações deste sistema, que diferem entre si pelo nível de complexidade e consequentemente pelos resultados que produzem. Assim o VTEC mais sofisticado quando aplicado ao pequeno 1.6 produziu um motor capaz de gerar 185 cavalos a 8200 rpm. Outro fator importantíssimo para este rendimento impressionante, é a faixa de rotações que este motor atinge e que em muito contribui para a potência gerada.
A qualidade técnica alcançada por este motor - que recebe a designação B16B - e o seu regime de funcionamento o fizeram ficar célebre no meio de preparação, graças tanto à sua confiabilidade mecânica quando às suas características dinâmicas bastante apropriadas para receber uma preparação extra.
Mas apesar de representar uma parte importante, não é apenas de motor que um carro é feito. E a base escolhida para receber o motor foi a do Civic VTi, que por se tratar de um modelo já com caráter esportivo e com linhas adequadas por ser um hatchback, acabou formando um conjunto quase perfeito. Rodas, pará-choques, kits aerodinâmicos, entre outros detalhes, foram incorporados ao modelo que passou da mesma forma que o Integra, a ser referencial de desempenho esportivo. O carro ficou célebre e tornou-se objeto de desejo, mesmo em mercados onde não era comercializado, como o concorridíssimo mercado americano.
Mais recentemente a linha Civic passou por uma reestilização, que não deixou de fora o modelo Hatchback. Com isto, em 2001 a Honda apresentou o novo Civic Type R, que não apenas veio com uma cara nova, mas com mais fôlego ainda para disputar o mercado com a concorrência (Golf GTI e Focus SVT). Se antes os 185 cavalos do Type R já o faziam rivalizar até mesmo com carros teoricamente um nível acima, a versão recente o faz definitivamente declarar guerra a carros como o Subaru Impreza WRX, por exemplo.
O Type R agora vem equipado com um motor 2.0 litros, que gera "apenas" 200 cavalos de potência a 7400 rpm e 20,0 kgfm de torque a 5900 rpm. Falamos em "apenas" 200 cavalos, já que trata-se basicamente do mesmo motor do Honda S2000 "amansado" e, que com também 2.0 litros de deslocamento, gera 240 cavalos a 8300 rpm! Mesmo com menor cavalaria do que o S2000, o Type R é capaz de atingir os 100 km/h em 6,5 segundos e 235 km/h de velocidade máxima.
A já boa estrutura do Civic, no Type R recebeu um reforço estrutural e barras de torção a fim de aumentar a rigidez do conjunto, favorecendo a dirigibilidade e performance do carro. A suspensão Double Wishbone dianteira e traseira foi recalibrada, recebendo molas e amortecedores mais rígidos. Recalibrados também foram os freios a disco ventilados à frente e sólidos atrás, acionados por um sistema com assistência ABS tricanal e com quatro sensores, além do EBD (Eletronic Brakeforce Distribution).
A potência é despejada no asfalto através das rodas, que agora são de 17 polegadas, calçadas em pneus 205/45. A transmissão da potência vem por meio de uma nova caixa de câmbio de 6 velocidades, com relações estreitas e próximas com o objetivo de ajudar a manter as rotações do motor sempre em alta e assim extrair o máximo de potência do motor. A sexta marcha ganha em relação ao câmbio do modelo anterior, não se trata de uma marcha de economia, mas sim de velocidade real.
Internamente o Type R reflete bem sua natureza esportiva tanto pelo acabamento do painel, que apesar de ser relativamente simples é de bom gosto e de aspecto moderno e condizente com o exterior, quanto pelos detalhes em aço escovado (pedais e manopla de câmbio), pelos bancos em concha, ou ainda pela insinuante alavanca de câmbio que sai do console central e está em posição elevada, quase à altura do volante.
No mais, o Civic Type R é pura emoção ao dirigir. Os engenheiros da Honda resolveram restringir a eletrônica do carro a poucos sistemas de gerenciamento do motor e itens de segurança como freios. Controle eletrônico de tração?! Nem pensar! A idéia é extrair não apenas o máximo da máquina, como também do piloto! A parte ruim da história é que a produção do modelo deve ser limitadíssima e pior ainda que das poucas 1000 unidades previstas para 2002, nenhuma vem pra o Brasil!"
Texto retirado de: http://www.envenenado.com.br/veneno/typer/civic.htmlhttp://www.envenenado.com.br/veneno/typer/civic.html
Conseguir produzir um carro potente e veloz nos dias de hoje é algo razoavelmente fácil para os fabricantes. Quando é este o objetivo de um veículo, normalmente se aplicam receitas bem conhecidas de todos, como grandes motores (em deslocamento) ou sistemas de sobrealimentação (Turbo ou Supercharger) em motores menores. Mas o que dizer de um motor 1.6 original de fábrica sem nenhum recurso de sobrealimentação, gerando 185 cavalos?!?! Não, não estamos enganados, nem tampouco você leu errado. São mesmo 185 cavalos, desenvolvidos por um pequeno 1.6!!!
Apenas para falar um pouco da história deste quase milagre, a Honda vem já há alguns anos produzindo veículos em séries especiais, aos quais costuma aplicar a designação Type R (Racing). Talvez o mais célebre membro desta família, seja o Integra Type R e que abordaremos em breve. A classificação Type R desde então passou a identificar os modelos do fabricante que já vinham com "veneno" de fábrica.
Mas este veneno não veio da forma que estamos acostumados quando falamos em motores preparados, mas através da construção de um bloco excepcional de motor que recebe um comando de válvulas que proporciona um rendimento incrível e que utiliza a tecnologia VTEC, nascida para equipar os motores de Fórmula 1 das McLarens de Ayrton Senna e Berger em 1991 e que teve como primeiro veículo de linha a ser usada, o Honda/Acura NSX e que mais tarde passou a ser empregada em praticamente toda a linha.
Todos os motores da linha Civic utilizam esta tecnologia, entretanto existem basicamente 3 variações deste sistema, que diferem entre si pelo nível de complexidade e consequentemente pelos resultados que produzem. Assim o VTEC mais sofisticado quando aplicado ao pequeno 1.6 produziu um motor capaz de gerar 185 cavalos a 8200 rpm. Outro fator importantíssimo para este rendimento impressionante, é a faixa de rotações que este motor atinge e que em muito contribui para a potência gerada.
A qualidade técnica alcançada por este motor - que recebe a designação B16B - e o seu regime de funcionamento o fizeram ficar célebre no meio de preparação, graças tanto à sua confiabilidade mecânica quando às suas características dinâmicas bastante apropriadas para receber uma preparação extra.
Mas apesar de representar uma parte importante, não é apenas de motor que um carro é feito. E a base escolhida para receber o motor foi a do Civic VTi, que por se tratar de um modelo já com caráter esportivo e com linhas adequadas por ser um hatchback, acabou formando um conjunto quase perfeito. Rodas, pará-choques, kits aerodinâmicos, entre outros detalhes, foram incorporados ao modelo que passou da mesma forma que o Integra, a ser referencial de desempenho esportivo. O carro ficou célebre e tornou-se objeto de desejo, mesmo em mercados onde não era comercializado, como o concorridíssimo mercado americano.
Mais recentemente a linha Civic passou por uma reestilização, que não deixou de fora o modelo Hatchback. Com isto, em 2001 a Honda apresentou o novo Civic Type R, que não apenas veio com uma cara nova, mas com mais fôlego ainda para disputar o mercado com a concorrência (Golf GTI e Focus SVT). Se antes os 185 cavalos do Type R já o faziam rivalizar até mesmo com carros teoricamente um nível acima, a versão recente o faz definitivamente declarar guerra a carros como o Subaru Impreza WRX, por exemplo.
O Type R agora vem equipado com um motor 2.0 litros, que gera "apenas" 200 cavalos de potência a 7400 rpm e 20,0 kgfm de torque a 5900 rpm. Falamos em "apenas" 200 cavalos, já que trata-se basicamente do mesmo motor do Honda S2000 "amansado" e, que com também 2.0 litros de deslocamento, gera 240 cavalos a 8300 rpm! Mesmo com menor cavalaria do que o S2000, o Type R é capaz de atingir os 100 km/h em 6,5 segundos e 235 km/h de velocidade máxima.
A já boa estrutura do Civic, no Type R recebeu um reforço estrutural e barras de torção a fim de aumentar a rigidez do conjunto, favorecendo a dirigibilidade e performance do carro. A suspensão Double Wishbone dianteira e traseira foi recalibrada, recebendo molas e amortecedores mais rígidos. Recalibrados também foram os freios a disco ventilados à frente e sólidos atrás, acionados por um sistema com assistência ABS tricanal e com quatro sensores, além do EBD (Eletronic Brakeforce Distribution).
A potência é despejada no asfalto através das rodas, que agora são de 17 polegadas, calçadas em pneus 205/45. A transmissão da potência vem por meio de uma nova caixa de câmbio de 6 velocidades, com relações estreitas e próximas com o objetivo de ajudar a manter as rotações do motor sempre em alta e assim extrair o máximo de potência do motor. A sexta marcha ganha em relação ao câmbio do modelo anterior, não se trata de uma marcha de economia, mas sim de velocidade real.
Internamente o Type R reflete bem sua natureza esportiva tanto pelo acabamento do painel, que apesar de ser relativamente simples é de bom gosto e de aspecto moderno e condizente com o exterior, quanto pelos detalhes em aço escovado (pedais e manopla de câmbio), pelos bancos em concha, ou ainda pela insinuante alavanca de câmbio que sai do console central e está em posição elevada, quase à altura do volante.
No mais, o Civic Type R é pura emoção ao dirigir. Os engenheiros da Honda resolveram restringir a eletrônica do carro a poucos sistemas de gerenciamento do motor e itens de segurança como freios. Controle eletrônico de tração?! Nem pensar! A idéia é extrair não apenas o máximo da máquina, como também do piloto! A parte ruim da história é que a produção do modelo deve ser limitadíssima e pior ainda que das poucas 1000 unidades previstas para 2002, nenhuma vem pra o Brasil!"
Texto retirado de: http://www.envenenado.com.br/veneno/typer/civic.htmlhttp://www.envenenado.com.br/veneno/typer/civic.html
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